A Era Louis Van Gaal

A Era Louis Van GaalAo término da copa do mundo, a qual a seleção Holandesa se destacou pelo seu dinâmico futebol e bom desempenho, a diretoria do Manchester United anunciou a contratação do técnico daquela entusiasmante equipe, após uma temporada frustrante com David Moyes.

Louis Van Gaal, já veterano, sempre foi conhecido por qualidades raras como por exemplo a “criatividade” e a facilidade de revelar jovens jogadores. Xavi Hernandez e Puyol no Barcelona e Thomas Müller (Bayern) são exemplos de jogadores revelados pelo holandês. Infelizmente, o homem também possuía talento em arrumar encrencas e causar polêmicas.

Acertos: Van Gaal sempre foi conhecido por ser uma espécie de “treinador tapa buraco”, geralmente chamado para dirigir times em “crises”, revelar jogadores e “preparar o terreno” para o técnico seguinte. Este seria o plano, já que o contrato seria de 3 anos e encerraria os seus trabalhos como treinador.

Daley Blind não era um jogador muito conhecido na Europa, Van Gaal o trouxe do Ajax, e não demorou muito para os Red Devils reconhecerem o multiuso do jogador e a capacidade de realizar passes longos/lançamentos. Chris Smalling parecia ter baixa aprovação diante dos torcedores, era conhecido por suas limitações técnicas e falhas toscas, mas foi na Era Van Gaal que ele deu a volta por cima e se tornou um dos melhores defensores dessa temporada. Anthony Martial era um talentoso e desconhecido rapaz Francês, atuando no Mônaco, teve seus primeiros destaques no jogo das oitavas de final (2014-2015) contra o Arsenal, mas nada que o elevasse a um patamar muito alto. Hoje, sinceramente, não temo em dizer que é o craque do nosso time, com apenas 20 anos de idade. Marcus Rashford, Jesse Lingard, Varela e Borthwick Jackson foram os talentosos garotos vindos da base que nos deram um pouco de alegria e esperança na temporada.

Erros: Contratações ruins; Angel Di Maria, até hoje a maior contratação de história do Reino Unido, chegou ao United com peso de world class player e tido como um dos melhores do mundo, muito pelo campanha da La Decima (do Real Madrid) e a Copa do Mundo pela Seleção Argentina. Angel, que ganhou logo de cara a nossa lendária camisa 7, não conseguia manter o alto nível jogando centralizado no meio de campo, já que ele teve seu auge jogando mais pelas pontas. O tempo foi passando e o Holandês já não o tinha como uma peça fundamental, o deixando de fora de alguns jogos importantes ou deixando que jogasse apenas a prorrogação. A maior contratação da história do nosso clube mal durou uma temporada. Memphis Depay corre o risco de ter o mesmo caminho.

Mal treinado e mal escalado: Uma das características mais empolgantes do Louis era a sua criatividade, muito demonstrada na Copa. Mas, ele acabou “inventando demais”. Geralmente se espera que um técnico use dessa criatividade em momentos de desespero ou desfalque. Ele improvisava jogadores em posições que já tinham opções no banco.

Pouco usou o talentosíssimo Andreas Pereira, tendo preferido usar o (nada habilidoso) Marouane Fellaini em jogos decisivos. Ander Herrera teve um bom início no United, mas sua segunda temporada foi irregular e abaixo do esperado, muito por ter passado a maior parte do tempo no banco. Morgan Schneiderlin demonstrou ter a técnica de um bom volante de ligação e dar de conta do trabalho de um primeiro volante, poderia ter sido um fator positivo na temporada. Não foi usado com tanta frequência como esperado.

E o que falar de Ashley Young lateral, Blind zagueiro e Wayne Rooney centroavante? O time, além de mal treinado, pois não se entendia dentro de campo, passou boa parte da temporada mal escalado.

Postura: Reconhecer quando comete um erro. Essa não é uma característica do Holandês.
Não era muito incomum presenciar o técnico morrendo de amores pelo futebol jogado pelo time, mesmo que tenha sido na coletiva de imprensa que sucedeu um empate fraquíssimo, ou após uma derrota memorável. Sua arrogância atrapalhou o trabalho.

O que se espera de um técnico quando o time está um caos? Que ele vá até a beira do campo e dê instruções, que dê apoio moral ao time, como o Sir Alex fazia enquanto mascava sua goma. Que tivesse uma postura de líder!
Van Gaal mais parecia preocupado em fazer anotações na sua prancheta.

E esse, infelizmente, foi legado da Era Louis Van Gaal.

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