Foi a pior derrota em tempos, mas não é o fim do mundo

Um gol relâmpago mudou o roteiro do restante da partida

Ontem, em pleno Wembley, o United relembrou o gosto amargo de ser derrotado com larga vantagem no maior estádio da Inglaterra. Em uma noite fatídica, os comandados de José Mourinho tiveram atuação pífia e foram presa fácil para os Spurs. “Uma exibição para o esquecimento”, palavras de David De Gea.

>>Breve análise

O primeiro baque veio nos primeiros segundos de jogo (literalmente). Após um lançamento preciso de Vertonghen, o qual frustrou a tentativa de marcação alta dos atacantes do lado vermelho, a defesa do United atrapalhou-se em cortar a bola, que acabou sobrando para Eriksen abrir o placar aos 11 segundos. Destaque para Ashley Young, inventor da marcação à distância.

Os red devils não se intimidaram e logo pressionaram para diminuir o tento. Jesse Lingard teve grande chance dois minutos depois, mas foi bloqueado por Hugo Lorris. Posteriormente, Anthony Martial desperdiçou duas grande oportunidades, ambas ao preterir uma assistência a Sanchez ou Lukaku e finalizar direto ao gol. Novamente, aos 20 minutos, o centroavante belga recebeu ótimo passe de Jesse Lingard, mas demorou para concluir e falhou na tentativa de recuo para Anthony. As coisas simplesmente não estavam acontecendo.

Aos 27 minutos, quando a partida aparentava pender ao equilíbrio, veio o golpe final. Após cruzamento de Trippier (Mais uma vez, Ashley Young sofrível no setor defensivo), Phil Jones cometeu lambança e empurrou a bola para o próprio gol. Owngoal.

Fator de desmoronamento emocional completo da equipe, a partida poderia haver encontrado fim ali, pois o que se viu adiante foi de mediocridade superior. A segunda etapa, assim, seria de controle tranquilo do time de Maurício Pochettino. Tentando ser ao máximo respeitoso, aparentava ser uma equipe em campanha de título da Uefa Champions League jogando (em casa) diante de um clube da Championship (e em pré-temporada).

Para completar, Mourinho foi absurdamente infeliz nas alterações. Optou por Fellaini e Juan Mata quando o jogo exigia Ander Herrera e Marcus Rashford. O belga desfilou míseros segundos, sentiu problemas musculares e teve de ser substituído. A terceira alteração foi queimada e Rashford não pôde entrar. Bandeira branca erguida e resultado definido. Uma noite para o esquecimento.

>>Auto-reflexão e aprendizagem

O “gosto” que fica é de derrota amarga, como o revés sofrido em Stamford Bridge em outubro de 2016. O clube mancuniano foi completamente esmagado pelo rival. O resultado pouco muda a tabela, porém, se há de servir para algo, que seja um aprendizado.

Infelizmente, o Manchester United de José Mourinho, sempre quando dá sinais claros de evolução, tropeça e traz à tona as mesmas interrogações de sempre acerca do trabalho. Com a renovação de contrato, sabe-se que o português planeja permanecer por mais tempo e, obviamente, conquistar os troféus esperados. Ou seja, ele é quem mais precisa aprender com esse tipo de derrota.

Como citado acima, a noite de ontem (ou, no Brasil, fim de tarde) foi pouco relevante para a tabela de classificação e temporada. Porém, visando ao confronto com o Sevilla (que de maneira alguma deve ser subestimado), avanço na FA Cup e permanência no G4, o plantel precisa de mais exibições seguras e regulares, em especial contra o restante dos times do Top6.

Que sábado, em Old Trafford, possamos retomar a curva de ascendência do mês anterior e nos prepararmos para o decisivo mês de fevereiro, o qual reserva desafios na Uefa Champions League, rodada da FA Cup e um caloroso confronto diante de Antônio Conte. Bola para frente!

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