O cenário não é favorável, mas Mourinho precisa aprender com seus erros

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A temporada 2017-2018 iniciou de maneira consideravelmente satisfatória para o lado vermelho de Manchester. Os sucessivos empates frustrantes da temporada passada deram lugar às atuações vistosas e placares plásticos da atual. Os ânimos eram vibrantes.

Infelizmente, o ótimo começo encontrou alguns obstáculos. Inúmeras lesões aliaram-se com escolhas questionáveis do treinador e fizeram com que o time se distanciasse do líder, Manchester City. Os principais lesionados são Ibrahimovic, Rojo, Pogba, Carrick, Fellaini e Bailly. Cenário desmotivante.

Enquanto os rivais da cidade conservam a maior parte dos jogadores do seu (robusto) elenco e aparentam apenas evoluir, destaque para a brilhante fase de Kevin de Bruyne e David Silva, o United vê-se assolado por infortúnios e amargou sua primeira derrota na Premier League. Listemos, então, quais pontos devem ser considerados por José Mourinho.

1.A produtividade da equipe cai consideravelmente quando Paul Pogba está ausente

Desde o jogo de estreia na Champions League, em 16 de setembro, Pogba não atua pelo time principal. Vítima de uma lesão muscular razoavelmente séria, o volante francês já desfalcou o time em ao menos 2 momentos importantes até aqui. Pode-se perceber o quão carente de produtividade o setor intermediário fica na ausência de Labile. Seu retorno há de ser o mais breve possível.

2.Mkhitaryan é de outro mundo, mas nem sempre no bom sentido

Desde a pré-temporada, o armênio vinha se destacando no setor criativo, sendo a cerne do meio-campo mancuniano. Isso não chega a ser novidade, já que a melhor fase da última campanha, entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, teve como principal fator as boas aparições do camisa 22, que é notavelmente um world class player.

Dotado de uma diferenciada leitura de jogo e sinônimo de técnica com a bola nos pés, Henrikh participara, antes da decadência, de 10 gols em 8 jogos (diretamente ou indiretamente). Parecia estar deslanchando, porém, diante de Liverpool e Benfica, voltou a oscilar em campo e foi praticamente nulo. É “de outro mundo” na acepção de extremamente talentoso e inteligente, mas é, também, no sentido de desatencioso e irregular. Depender desse jogador não é uma opção sensata.

3.Não há motivos lógicos para impedir que Martial e Rashford atuem juntos, todos nós sabemos disso.

Certamente, você já deve haver questionado o porquê de José optar por iniciar, nas esmagadora maioria das vezes, com o limitado Jesse Lingard como parceiro de Marcus Rashford ou Anthony Martial. A concorrência por posição entre os dois últimos é, sim, produtiva, mas induz-se que o português poderia escalá-los simultaneamente.

No revés diante do Huddersfield Town, o Special One retirou Martial para a entrada de Rash, quando deveria sacá-lo para a saída de Jesse. Lingard jogou pelo flanco esquerdo, o que elimina um apelo ao argumento de “não escalar os dois por jogarem na mesma posição”. Ademais, não há um mísero trabalho que Lingard efetue que o francês não exerça com superioridade visível. A disparidade técnica entre ambos é gritante. Marcus e Anthony formariam uma dupla dinâmica e impecável. Apenas José Mourinho não compreende (aceita?) isso.

4.Em janeiro, seria de grande agrado a contratação de um playmaker ou outro jogador de frente.

Muito se fala acerca de uma suposta transição de Mesut Ozil, que já trabalhou com Mou, dos gunners aos red devils. O meio-campista alemão, extremamente capacitado para assistir os companheiros de times, elevaria consideravelmente o poder de criação do elenco e o enriqueceria. O ainda jovem Andreas Pereira foi emprestado ao Valência e deixou um vazio nas opções intermediárias. A chegada de Ozil, genial playmaker, nos alavancaria na corrida ao título. Obviamente, será sempre bem-vindo.

Especula-se, também, uma possível investida em Antoine Griezmann. O francês, que só não assinou com os devils nessa última janela por conta da punição aplicada pela FIFA ao Atlético de Madrid (ou seja, preferiu não abandonar a equipe em tais circunstâncias), já foi finalista do Ballon D’or e é, decerto,  um dos melhores atacantes do planeta. Na verdade, considerando a sua versatilidade, pode-se dizer que esse joga em quase todos os setores avançados. Contratá-lo significaria impulsionar o poder de fogo do esquadrão.

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