O privilegiado

“Eu não acho que nenhum jogador é fixo. O capitão tem mais privilégios mas nenhum outro jogador tem esses privilégios, eu acho. Todo jogador sabe disso e quando você vê como eu comando meu time é desse jeito que é.” Essa frase solta de Van Gaal pode não fazer sentido por não ter sido inserida em um contexto. E se eu te contasse que nosso “privilegiado” é o Rooney, faria algum sentido?

Rooney fez, recentemente, 10 anos de United. Ninguém discute a importância dele no time nessa década em que ele esteve em Old Trafford. Gols, assistências, entrega… Já jogou de volante, meia de criação, segundo atacante, centroavante… Dentro de campo ele é inquestionável. Ou, pelo menos, era.

O começo dessa temporada não tem sido fácil para o nosso camisa 10. Acusado de não dar tudo que pode dar, ainda mais com o salário que recebe, e tido como o ponto fraco do novo ataque que foi formado na janela de transferências, Rooney acabou com os argumentos de pessoas que assim como eu ainda acreditavam que ele iria melhorar na partida de domingo contra o Leicester.

A partida vinha correndo bem até o juizão marcar um penâlti absurdo contra nós. 3 a 2 ainda, time vai ficar calmo, certo? Pergunta para o Cambiasso então. Fez o gol de empate pouco tempo depois e a cena do nosso capitão ficou como uma das marcas da virada que viríamos a tomar. Mostrou liderança? Foi corajoso? Mas qual a moral que ele tem de cobrar alguma coisa se ele mesmo não vem fazendo a sua parte? Nenhuma.

As birras que o torcedor do United já teve de aguentar não foram poucas. Já pediu pra sair e o salário foi aumentado. Pediu pra sair de novo e aumentaram de novo o ordenado. O problema é que todos dentro e fora dos daibos Vermelhos sabem o potencial de WR10 e que se ele for para outro time, irá comer a bola. Será que ele quer mesmo sair? Só ficou porque recebeu muito dinheiro? Se for por causa disso, a falta de rendimento é explicável. Mas se ser capitão do maior clube da Inglaterra não o faz sentir comprometido e com vontade de correr, é difícil imaginar algo que faça.

A cobrança é tanta que ele divulgou numa rede social o pensamento dele:

“Parece que várias pessoas estão nos criticando pelo resultado de domingo mas eu não enxergo dessa maneira. Quando eu olho nosso vestiário e vejo a qualidade que temos e a incrível atenção que o técnico nos dá eu tenho nenhuma dúvida que esse time será um sucesso.”

É assim mesmo Rooney? Espero poder confiar nas suas palavras. Os próximos dois jogos são em casa, temos que vencer para jogar essa desconfiança para longe e recuperar o medo dos adversários para jogar contra nós.

Por Matheus Garzon
www.mufcbr.com

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