O que resta ao United no restante da temporada?

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Após um excelente triunfo sobre o Arsenal, a classificação em primeiro lugar no seu grupo da Champions League e a primeira derrota do City na temporada, o United voltou a enfrentar novos problemas e levantar velhos questionamentos. Mesmo permanecendo em todas as copas e ocupando a segunda colocação, a equipe não transmite confiança definitiva aos torcedores.

O “balde de água fria” foi, certamente, a derrota para os citiziens diante da própria torcida, ampliando a diferença entre ambos para 11 pontos. Logo em seguida, os comandados de Josep Guardiola não mediram esforços para esmagar os Spurs, tornando quase improvável uma futura disputa acirrada ao título da Premier League. Ainda restam torneios aos devils?

>>O trabalho de José Mourinho e seus problemas

Ausentado de Pogba, o United decai visivelmente e se vê refém do estilo pragmático e reativo (retranqueiro?) do treinador português. Se com o francês em campo ainda não perdemos um jogo sequer da atual temporada e apresentamos performances brilhantes, sem ele aparentamos possuir um repertório limitado, principalmente no setor criativo. Juan Mata nunca foi uma unanimidade e Mkhitaryan, em decepção, nem ao menos tem ficado no banco.

A imprensa, como já era de esperar, especula que o clube mancuniano venha a abrir os cofres e investir pesadamente em uma contratação definitiva para essa janela de janeiro. De Mesut Ozil ao badalado Antoine Griezmann, uma lista farta de jogadores é linkada às possíveis transações do clube. Intuito principal? Reforçar o poderio ofensivo do elenco.

Os rivais da cidade foram os maiores “gastadores” da terra da rainha por duas temporadas consecutivas (desde a posse de Guardiola), esbanjando o plantel mais oneroso da Europa e lançando mão em formar uma equipe competitiva e world class. Méritos totais dos azuis. O trabalho de José Mourinho não é ruim, longe disto. Porém, mesmo apresentando a melhor defesa do campeonato (vale ressaltar a ausência da zaga titular) e o segundo melhor ataque (há quem acuse o luso de retranqueirismo), o lado vermelho de Manchester apenas não consegue deter o Pep e seus comandados, amargando mais uma temporada em inferioridade a estes adversários. A resposta, atualmente, parece ser: “compre”.

E o que deveria o Special One fazer para ampliar o poder de fogo do seu time e apagar a ideia de Pogbapendência? Pode-se listar 3 opções, mas nenhuma realmente garantida.

1.Contratar um playmaker/avançado.

2.Trazer de volta Andreas Pereira.

3.Recuperar o armênio.

Diz-se “nenhuma realmente garantida” porque, mesmo havendo muito campeonato a ser disputado, dificilmente a taça ficará distante das mãos dos cityziens. Onze pontos de diferença para o segundo colocado, record de vitórias da história da Premier League (16 e contando) e superioridade direta diante de todos as 5 grandes equipes. Por outro lado, apostar todas as fichas de uma temporada na Uefa Champions League é, como a experiência nos ensina, suicídio.

Analisando cada ocasião em particular, se pode ter a primeira como a mais promissora. Andreas Pereira, talentoso meio-campista brasileiro, nunca conseguiu titularidade no nosso time, mesmo quando treinado por Van Gaal. Para agravar, o jovem atua em uma liga tecnicamente inferior, indícios que nos levam a crer que a adaptação não seria instantânea. A terceira medida, recuperar Henrikh Mkhitaryan, poderia ser a mais arriscada e desastrosa. O médio, em um ano e meio de clube, parece não encontrar o futebol que rendeu-lhe o título de melhor jogador da Bundesliga e já é tido como flop.

Resta, então, a terceira alternativa. Para conquistar maiores êxitos, seja indo longe na Champions seja conquistado a FA Cup (podemos enxergar a PL como já perdida, não podemos?), o Manchester precisaria abrir os cofres novamente. Algo que foi exemplo de gestão durante a Era Alex Ferguson, é motivo de chacota nos dias atuais. Como bem apontado por Pedro Reinert, o dinheiro sempre vence.

Para o colunista que vos escreve, a melhor opção é Antoine Griezmann (world class e, possivelmente, o melhor do mundo em 2016). Indiscutivelmente, o francês é, no mercado vigente, o mais adequado a vestir a nossa camisa 7. Nos resta refletir: vale a pena contratá-lo sabendo que, ao final da temporada,  pode-se conquistar troféu nenhum?

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