Quais são as expectativas para o time feminino na temporada 2021/22?

Após três anos de um árduo trabalho para montar um elenco partindo do zero, Casey Stoney deixou o posto de treinadora do Manchester United Women depois de jogar (de maneira necessária) muita coisa séria no ventilador, principalmente a respeito do tratamento que o clube dava a seu time feminino. Daí a diretoria deixou o torcedor agonizando por mais de um mês, até que os reforços finalmente foram anunciados e em seguida também um novo treinador. 

Primeiro sobre os reforços: Sophie Baggaley chega, ao menos inicialmente, para ser reserva de Mary Earps no gol. Aoife Mannion traz na bagagem a experiência de ter jogado no Manchester City, porém a zagueira pode ser considerada a maior incógnita dentre as contratadas em função do longo tempo que passou fora dos gramados, por conta de contusão. Hannah Blundell chega com status e bons números do tempo em que era titular do Chelsea, desta forma tem boas chances de assumir uma das laterais. A norueguesa Vilde Boe Risa é para muitos a principal contratação da temporada. A meio-campista chega para jogar na faixa do campo na qual o United tem hoje Groenen, Ladd e a capitã Zelem, mas Risa parece ter totais condições de assumir a titularidade em breve. Martha Thomas, que é atacante central, possivelmente vem para disputar vaga com Alessia Russo pelo posto de “camisa 9”. Esta é uma disputa extremamente saudável para o elenco, visto que Russo impressionou bastante nas poucas partidas que disputou na temporada passada, antes de se lesionar gravemente. 

O principal ponto sobre as contratações é saber se elas suprirão as perdas que o elenco teve nesta janela. No total, cinco atacantes deixaram o clube, dentre elas as experientes Press, Heath e Ross. Porém apenas Thomas chega para o ataque, sendo assim não tivemos reposição com atacantes de lado de campo. O time perdeu também duas zagueiras (Turner e McManus) e contratou apenas Mannion. Esses números são importantes pois as contusões provavelmente acontecerão e este foi um dos principais problemas da campanha 2020/21. Considerando a data em que este texto está sendo escrito, ainda falta quase um mês até o início da temporada. Desta forma, o torcedor pode manter a esperança de ter um elenco ainda mais encorpado antes de a bola rolar pra valer.

Sobre a chegada de um novo treinador: Marc Skinner fez um trabalho interessante no Birmingham em 18/19, no qual levou seu time ao quarto lugar da FA WSL ficando apenas a dois pontos top 3 (Chelsea, Man. City e Arsenal). Porém seu trabalho no Orlando Pride dos EUA é bastante contestado em função dos baixos números, sendo apenas pouco mais de 20% de vitórias. Muitas críticas giram em torno de Marc não ter conseguido extrair o melhor de jogadoras como Marta e Alex Morgan e também sobre o estilo de jogo que abusava de “chutões”.

Com tais ponderações, a resposta para o título deste texto é “vamos ter que esperar”. É preciso levar em conta que é um “novo recomeço” para o United. Para Skinner é um ambiente novo, um elenco novo, uma liga nova e isso deixa em aberto se seu estilo de jogo terá frutos neste retorno às beiradas dos gramados ingleses. Não há dúvidas de que o Manchester United tem material humano para apresentar bom futebol. A espinha dorsal do elenco permanece com Millie Turner, Ona Batlle, Jackie Groenen, Ella Toone, Leah Galton entre outras, e tais nomes possuem muito a oferecer tática e tecnicamente. Resta saber se Skinner conseguirá integrar o bom elenco que já jogava pelo clube com as interessantes contratações que chegam. A intenção de disputar uma vaga na Champions League é muito clara e abertamente difundida por todos de dentro do clube. Time para isso tem! Agora é saber se todos os pontos serão bem amarrados para atingir este objetivo no final da temporada.

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